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Mobilidade urbana ganha relevância em ano de eleições municipais

Curso fornece ferramentas inovadoras a gestores públicos e privados que atuam no setor

Curso fornece ferramentas inovadoras a gestores públicos e privados que atuam no setor

 

Tiago Cordeiro

 

Transformada ao longo dos últimos anos — primeiro pelos impactos da pandemia, depois pela urgência da pauta de descarbonização —, a mobilidade urbana é central para garantir qualidade de vida aos habitantes das cidades. Afinal, as alternativas de deslocamentos se refletem na experiência urbana de cada cidadão. Elas viabilizam, dificultam ou podem até mesmo inibir o acesso à cidade.

É nesse cenário que o curso Gestão da Mobilidade Urbana: Uma via para cidades inteligentes e sustentáveis chega a uma nova edição em 2024, ano em que o assunto tende a ganhar atenção ainda maior, como afirma a urbanista e gestora de projetos Carolina Guimarães.  Coordenadora-adjunta do Núcleo de Mobilidade Urbana do Laboratório – que tem à frente  Sérgio Avelleda, ex-secretário de Mobilidade e Transporte da capital paulista –, Carolina divide com ele também as funções de docente-líder do curso.As aulas terão início em 19 de fevereiro e se estenderão até 13 de março.

“Esse curso vai ter uma importância ainda maior em um ano de eleição municipal, com a pauta de financiamento do transporte entrando para o debate amplo da sociedade”, explica a urbanista. Uma espécie de prévia disso ocorreu no início de dezembro, quando a prefeitura de São Paulo anunciou o fim da cobrança de tarifa de ônibus municipal aos domingos, e, dia depois, o governo do estado decretou o reajuste dos bilhetes de metrô e trem.

 

Troca entre pares

“O acesso à mobilidade garante uma série de direitos. O ano de 2024 é adequado para as pessoas reivindicarem, por exemplo, a ampliação das ciclovias e a melhoria das calçadas. Nosso curso oferece insumos para o cidadão se munir de ferramentas para entender esse assunto, que atua como um eixo transversal para garantir qualidade de vida e acesso a serviços públicos”, detalha Carolina, ex-integrante do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte da capital paulista.

Para quem já trabalha com mobilidade, o curso representa um espaço privilegiado de troca entre pares, trazendo informações atualizadas sobre o setor. “Tratamos, entre outros temas do momento, de descarbonização, de logística urbana, da externalidade negativa do carro no contexto da revolução energética que precisamos fazer”, observa Carolina.

O curso prevê a realização de visitas técnicas a dois centros de operação e controle de sistemas de mobilidade: um de bicicleta compartilhada e outro de transporte de alta capacidade, com o objetivo de fortalecer o entendimento e a conexão entre teoria e prática.

Oferecido na modalidade híbrida, com carga de 28 horas, o curso tem por objetivos possibilitar ao aluno a compreensão do conceito de cidades inteligentes e do modo como a mobilidade se alinha a uma visão tecnológica e inclusiva; relacionar o planejamento urbano com o sistema de mobilidade como indutor de cidades mais inclusivas, sustentáveis e seguras; reconhecer como o uso de dados, novas tecnologias e a participação social podem maximizar a eficiência dos sistemas de mobilidade urbana e seus benefícios; e ampliar o conhecimento sobre alternativas de financiamento e economia da mobilidade urbana.

 


A eletrificação do transporte público

Workshop realizado em novembro no Insper discutiu mobilidade de baixo carbono

 

O curso sobre Gestão Pública da Mobilidade Urbana é parte de uma série de ações e reflexões desenvolvidas pelo Insper a respeito do tema. Entre essas iniciativas também está uma pesquisa em andamento desde o início do ano, sob demanda do banco Itaú, e que foi detalhada em um workshop realizado na escola em 22 de novembro. “A proposta é definir caminhos para a acessibilidade da mobilidade de baixo carbono e avaliar as barreiras atuais que dificultam a implementação da eletrificação da mobilidade urbana com foco no transporte público”, explica Rafael Castelo, pesquisador associado do Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável, lançado pelo núcleo em parceria com o Grupo CCR.

O trabalho para o Itaú começou com um mapeamento detalhado das iniciativas de eletrificação do transporte público em diferentes locais do mundo. Avaliou o grau de maturidade das ações e as dificuldades pelas quais elas passaram, ou ainda passam. “Olhamos para a fronteira do conhecimento sobre o tema. Entendemos que a solução é complexa, em um cenário no qual também o hidrogênio verde já se posiciona como uma alternativa viável. Mas partimos do princípio de que os dois caminhos são viáveis e complementares”, afirma Castelo.

As conclusões iniciais foram apresentadas durante o evento, que reuniu agentes do setor público, operadores de empresas de mobilidade, fabricantes e pesquisadores. “Compartilhamos informações e debatemos caminhos, com o objetivo de seguir na produção de um guia para orientar a sociedade. Essa é uma agenda multidisciplinar, que envolve desde os fabricantes de veículos até os gestores públicos responsáveis também por incentivar a ampliação da rede e infraestrutura de recarga para veículos elétricos de grande porte”, finalizou o pesquisador.

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