Você já deve ter ouvido a frase “sei trabalhar em equipe” durante as dinâmicas de RH com candidatos a vagas de emprego. Alguma vez parou para pensar, realmente, o que significa isso?
A definição diz que se trata de “duas ou mais pessoas, com habilidades diferentes e complementares, que trabalham para alcançar uma meta comum”.
Aqui, a ideia que está envolvida é a cooperação. Mas gestores e líderes sabem, por vivência, que o trabalho em equipe é muito mais complexo do que apenas a cooperação.
Como fazer, então, com que seu time se mantenha unido? Tentamos responder aqui essa pergunta complexa, que gera mais de 61 milhões de resultados no Google.
Continue lendo para entender como um líder preparado tem um papel fundamental nesse processo.
O Google identificou que um gestor preparado faz, sim, uma diferença: times com ótimos gestores eram mais felizes e mais produtivos. Se a equipe é a orquestra, o líder é o maestro, peça central para que haja a colaboração entre os times.
Para chegar a esse resultado, o Google, sendo uma das mais inovadoras empresas do mundo, partiu com duas hipóteses: 1) gestores realmente não importam, 2) as habilidades de um gerente não afetam o desempenho de uma equipe.
Qual o porquê disso?
Líderes e engenheiros do Google viam os gestores como um “mal necessário” e “parte da burocracia” corporativa, mas, ao final, as duas teses propostas inicialmente foram desmontadas, como visto acima.
“Um dos primeiros desafios da liderança é quebrar a imagem do ‘eles’ (gestores) e do ‘nós’ (equipe) que surge nas organizações”, comenta a professora Gleice Marote, de Competências para Trabalhar em Equipe do CBPM (Certificate in Business and People Management).
“O objetivo é comum no final das contas. Essa consciência sobre como o impacto de um colaborador reflete no outro precisa ser desenvolvida no grupo pelo gestor”, completa Marote.
Um levantamento de 2019 da consultoria de recrutamento Michael Page, porém, dá indícios que existe uma dificuldade do gestor ser um bom gestor, refletindo na não contenção de colaboradores nas empresas. De acordo com o apurado, oito em cada dez profissionais consultados disseram que pediram demissão por causa do chefe.
Ao longo do tempo, o termo trabalho em equipe fez um upgrade e hoje é mais comum falar em equipe de alta performance, o que remete a resultados buscados pelas empresas. Porém, há dificuldades evidentes.
“Às vezes, as pessoas são muito boas, têm experiência, mas não conseguem formar um time. O resultado é menor do que a soma das partes”, explica Marote. “Nesse exemplo, as pessoas estão mais preocupadas com elas e com os seus propósitos, e não com o diálogo.”
Um segundo grupo, explica, é aquele em que há uma pauta proposta nas reuniões, um objetivo a ser alcançado, mas não tem sinergia.
“Já na equipe de alta performance há acordos claros de como os integrantes trabalharão, que serão revistos em cada reunião para ajustá-los. Há um objetivo a ser perseguido pelo grupo e existe, principalmente, um trabalho de diálogo para entender o momento do outro e como todos podem funcionar juntos”, completa.
O resultado? “Esse processo gera segurança psicológica”, explica a professora.
A pesquisa do Google indicou também que, em se tratando de trabalho em equipe, conta mais como o time trabalha junto, e menos quem faz parte do time.
O integrante de uma equipe de alta performance, porém, precisa também estar dentro do tripé “gostar do ambiente de trabalho, da empresa e da gestão” (novamente). Ou seja, é um trabalho interno constante, que abre as portas para a valorização das pessoas e o fortalecimento do espírito de equipe.
“O alvo, no final, é alta performance e alta positividade do colaborador”, acrescenta Marote.
Para a professora, o gestor precisa criar um ambiente de segurança em que as pessoas possam ser o que são, sentir que o líder está com eles, e que haja um objetivo a atingir e como vão atingi-lo, além de escuta ativa e acordos entre eles.
Na visão dela, um gestor não tem a obrigação de manter estimulada a equipe, pois isso pode levar à meritocracia, à sobrecarga e ao burnout do time. O certo seria o gestor se perguntar “Qual ambiente que crio para meu time?”.
“O curso de CBPM inclui sessões de coach, o que inclui mediação de conflitos. É um processo longo em que o gestor aprende a observar mais a si mesmo e também a observar como funciona a equipe, as dinâmicas internas, os feedbacks”, explica a professora sobre como o gestor atua e o impacto que cria.
“Um gestor que fala uma coisa e faz outra coisa no dia a dia não cria segurança no time. O líder deveria ser um facilitador que procura, cada vez mais, ser exemplo.”
Tendo como exemplo o Google, a pesquisa revelou que são cinco as competências para que um gestor tenha uma equipe de alta performance:
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